O-Bon, Sejiki-e

O-Bon, Sejiki-e

 

O-bon

Os serviços memoriais de Obon tem dois significados. Um deles é honrar a Buda, e reverenciar os mortos e nossos antepassados. O outro é expressar gratidão às pessoas com as quais estamos em débito, incluindo as que estão vivas, como nossos pais, parentes e amigos. O Obon acontece no sétimo mês, conforme o calendário solar, portanto em julho, ou, conforme o calendário lunar, em agosto. Esta prática teria se iniciado com Maudgalyayana (Mokuren), um dos dez discípulos diletos do mestre Buda Shakyamuni.

O termo Obon vem de Urabon-e derivada de “Ullabana”, palavra de origem indiana muito antiga. De acordo com o Bussetsu Urabon Sutra, a origem dessa tradição remonta a uma cerimônia oficiada por Shakyamuni Buda para a falecida mãe de Maudgalyayana, um de seus discípulos diretos. Ullabana significa “pendurado de cabeça-para-baixo” e através dessa cerimônia foi possível remover o sofrimento causado pelo mundo no qual ela vivia (esse sofrimento era muito intenso, como se ela estivesse pendurada de cabeça-para-baixo).

Hoje em dia, as pessoas acreditam que essa cerimônia prolongue a vida de seus pais e possa remover todo tipo de sofrimento e angústia. Esse é um dos feriados tradicionais no Japão, no qual pessoas trocam presentes. Outra época tradicional é o Ano Novo. Obon é uma cerimônia na qual honramos respeitosamente os espíritos de nossos antepassados. Também pedimos pela longevidade de nossos pais. Quando nos preparamos para encontrar esses espíritos, é costume limpar meticulosamente a casa e nos arrumarmos como se fosssemos receber visitas.

Fogos de Boas-Vindas (Kadobi)

Na véspera do dia 13, pequenos fogos são acesos com galhos de cânhamo ou tochas de pinheiro. Servem como guias para os antepassados que estão voltando – são como vozes chamando: 
“Venham por aqui, Vovô e Vovó!” 
Se não forem bem visíveis, os espíritos ficarão indecisos sobre o caminho a seguir.

Despedindo-se dos Espíritos (Shoryo Okuri)

Os espíritos são geralmente mandados de volta nos dias 15 ou 16. Novamente, galhos de cânhamo são acesos e, em algumas regiões são colocados em pequenos barcos com ofertas, que boiam rio abaixo ou em mar aberto. Recentemente, por causa do problema da poluição, os barcos são deixados no templos ou em outros lugares. As pessoas cantam: “Espíritos do Obon, vão embora nesses barcos”, e se despedem deles cuidadosamente.

Altar para Obon (Bondana)

Onde receberemos os antepassados que vêm compartilhar as ofertas? Uma mesa especial chamada Obon-dana ou Tama-dana é montada e sobre ela colocamos os tabletes memoriais da família junto com as ofertas. Nas casas em que esse tipo de altar não é montado, os espíritos dos antepassados são recebidos no altar de Buda. São nesses locais que um sacerdote vindo de um templo recita o Tana-gyo - a leitura de sutras para os antepassados. 
O altar para Obon geralmente é montado na manhã do dia 13. Nas casas onde um membro da família morreu há menos de um ano, esse altar é preparado entre os dias 1 e 7, e isso deve ser feito com atenção especial. Normalmente são oferecidos pequenos bolinhos de arroz, especiais para a ocasião. Estes são colocados no altar logo após a familia ter dado as boas-vindas ao espíritos no cemitério.

No dia 14, é costume oferecer macarrão, e no dia 15, bolinhos de arroz cobertos com pasta doce de feijão. Também são oferecidos pequenos montinhos de arroz crú (misturado com fatias finas de beringela crúa e outros legumes e verduras) sobre folhas de flor-de-lótus ou de pawlonia.

No dia 16, os espíritos dos antepassados voltam para casa cavalgando bois e levando suas bagagens em cavalos - é o que dizem. Beringelas e pepinos, com patas feitas de palitos de fósforo, tomam as formas de bois e cavalos, e são colocados no altar. São parecidos com os cavalos de palha, usados na decoração do Festival de Tanabata. Em algumas localidades, há o costume de amarrar ramos de cedro verde ou bambú nas quatro extremidades do altar de Obon, da mesma maneira que são usados galhos de pinheiro na decoração que homenageia as divindades no Ano Novo.

De qualquer maneira, façamos ofertas respeitosas com aquilo que os espíritos de nossos antepassados gostam: ofertas tradicionalmente cultivadas, ou que sejam familiares para os antepassados, para que eles retornem.

Uma Cerimônia para Confortar os Espíritos dos Antepassados (Sejiki-e)

O Obon Sejiki-e, cerimônia para confortar os espíritos dos antepassados, é uma cerimônia muito importante na Sotoshu. Em todos os templos da escola, é através dessa cerimônia que fazemos ofertas para os antepassados da família, nossos pais, parentes, espíritos de outras pessoas com as quais tivemos algum tipo de relacionamento e também para os espíritos sem nenhum relacionamento com qualquer pessoa.

(extraído do site da Sotozen: https://global.sotozen-net.or.jp/por/o-bon_sejikie.html)

(extraído do site do Busshin-ji: https://www.sotozen.org.br/cerimonias.php?cnt-id=113)